quarta-feira, 29 de abril de 2020

Resenha: Cartas de amor aos mortos


Título: Cartas de amor aos mortos
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Ano: 2014

Comecei a ler este livro basicamente em seguida de "Por Lugares Incríveis". Ele foi recomendação de uma aluna em 2017, este ano ela se forma e eu quase não li o livro, já que estava no citado "tenebroso hiato".

Quando resolvi comprar pelo site da Amazon (como podem perceber, são fotos do aplicativo Kindle, porque as fotos do aparelho Kindle mesmo não ficam legais), li a premissa: Uma tarefa da aula de Língua Inglesa: escrever uma carta para alguém que já morreu, contando algo e nisso dizia que Laurel, a protagonista, realizava a tarefa. Nada muito esclarecedor...

Já falando sobre a escrita, achei muito legal o "layout" (é assim que se fala?) todo em cartas. A escrita de Dellaira também é muito boa, puxando a quantidade certa de emoção do leitor. Como falei no outro post, quebrei as barreiras que eu mesma ergui, como estudante de Letras, sobre esses novos gêneros surgindo na literatura e gostei da escrita da autora, de maneira que mantém sua ideia genial do início ao fim.

Agora, vamos a Laurel, protagonista do livro, da mesma forma que Violet em "Por lugares incríveis", perdeu a irmã mais velha, mas em circunstâncias diferentes. O texto passa a impressão de que May, a irmã que se foi, é o "sol" de todo mundo, especialmente de Laurel, que se sente tão devastada com a perda.
Aos poucos e conforme escreve para saudosas personalidades, como River Phoenix, Janis Joplin, Heath Ledger e outros, Laurel se apresenta melhor, desabafa sobre suas dúvidas, medos e inseguranças, fala de sua dificuldade em fazer novos amigos e quando a supera, confia segredos, como seus sentimentos por Sky (um garoto que eu imaginei tipo um James Dean, não sei porquê).
E nessa dinâmica das cartas, acabamos formulando algumas perguntas, mas que são respondidas aos poucos, nos fazendo desejar uma nova carta, para um maior esclarecimento. Assim sabemos do relacionamento de Laurel com os pais e a tia Amy, como May se foi, porquê ela às vezes fala com tanto remorso sobre algumas coisas, mas também é um documento de amadurecimento.
É inegável ver a evolução da protagonista durante essas cartas, eu até cheguei a ficar feliz, a chorar, me indignar e ter tantas outras reações com tudo o que ela contava.

Confesso que fiquei muito feliz com o desfecho e nenhuma vez decepcionada com a escrita da autora. Repito o que eu disse sobre Jennifer Niven, Dellaira também aborda temas densos de maneira delicada, sem provocar gatilhos (ou talvez essa parte tenha a ver somente comigo) e mostra-nos também uma questão escolar: Há professores dispostos a ajudar e às vezes uma simples tarefa pode trazer um despertar a um aluno que precisa de ajuda.


Obrigada por lerem até aqui!
Até breve!


terça-feira, 21 de abril de 2020

Resenha: Por lugares incríveis


Título: Por lugares incríveis
Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte (selo jovem da Cia. das Letras)
Ano: 2015

Eu definitivamente não sei como começar, mas como sempre digo, deve-se começar do início (bem redundante, por sinal! xD).

Conforme o post de abertura, passei muito tempo sem ler e retornei a um ritmo satisfatório para mim somente ano passado. Neste ano, para registrar o que li e lerei, decidi montar um blog. Talvez para não perder minhas impressões na correria cotidiana e quem sabe ser útil de alguma maneira, para pessoas que queiram retornar ao mundo da leitura, apesar de não ser este o foco...

Por isso, o livro "pontapé" dos registros é "Por lugares incríveis", escrito por Jennifer Niven. Talvez agora eu não me detenha em muitas especificidades da autora, mas para os próximos posts posso trazer mais informações.

Bem, como boa (ou não) professora de Língua Portuguesa que sou, achei a escrita de Jennifer bem fluida, cheia de clareza (legal destacar também que cada capítulo é contado por um dos dois protagonistas, o que é muito bom, assim o livro não ficou unilateral demais), tanto que li em menos de 24 horas. Não é uma pressão, mas um efeito da quarentena, rs.

A história é protagonizada por dois adolescentes, Finch e Violet, residentes no estado de Indiana, que antes já se conheciam, mas são unidos por um trabalho de geografia, que consistia em visitar pontos turísticos e/ou atrações de seu estado.

Mas no decorrer deste trabalho, eles descobrem mais coisas que os unem. Violet perdeu a irmã quase um ano antes, aparentemente toda sua vontade de viver foi arrebatada com a vida de Eleanor, incluindo sua paixão pela escrita, já que elas tinham um site juntas e Finch era obcecado pela morte (nota-se isso na maneira como se conhecem), com um passado meio doloroso, não revelado explicitamente pela autora, apesar de termos boas deixas, como as conversas com o conselheiro escolar, a separação de seus pais, a maneira que ele fala da mãe etc.

Dizer que Violet e Finch se apaixonam seria "spoilar"??? Porque parece meio óbvio, quando se trata de romances escritos diretamente para o público jovem. 

Mas acontece que não só o coração de Violet foi arrebatado por Finch, mas o meu também! 🖤

E no desenrolar deste romance, acontece o inesperado: "Por lugares incríveis" torna-se um incentivo à procura de ajuda, pois às vezes, sozinhos não conseguimos sair de um abismo, podemos não dar conta dos monstros que nos assombram e acabamos vencidos por eles, como Finch foi. 

Talvez o motivo de ter ligado meu coração ao de Finch, tenha sido o fato de eu já ter sido um Finch (mais controlado, talvez) e ter encontrado meus lugares incríveis sólidos, principalmente naqueles que eu amo e retornam este amor.

Claro que fica muito explícito que eles vão a alguns lugares e que tudo fica incrível porque eles têm um ao outro, mas também, nossos lugares incríveis podem ser pessoas...

Enfim, engana-se quem pensa que este livro é somente para adolescentes lerem. Todo mundo deveria lê-lo, principalmente nós, adultos, afinal, quantos Finchs podem estar ao nosso redor, não é mesmo? 

Bem, eu gostei realmente de tudo, não sei se por conviver com adolescentes quebrei a barreira de "preconceito literário", mas consegui ver toda a importância e delicadeza de Niven ao abordar temas tão (de alguma forma) pesados. 
E enquanto professora, vejo que a escola está a anos-luz de compreender e ser empática com estes mesmos temas.

Obrigada por ter lido até aqui! 

Até a próxima! 




sexta-feira, 17 de abril de 2020

Livros e quarentena

Em um período como o atual, é muito difícil encontrar o que fazer e entre algumas atividades tenho ficado bem com leitura.
Não só pelo ato de ser levada a outros lugares, mas também por consumir alguma coisa que não me consumirá.

Eu passei uns 3 anos sem ler NADA, abrindo e fechando livros (que com certeza seriam leituras prazerosas para mim) e mal passando das primeiras páginas. E enquanto professora de Língua Portuguesa (eu não sei se algum dia falaria sobre minha profissão aqui), eu me sentia uma farsa, falando da importância da leitura e não conseguindo ter foco para realizar nenhuma.

Mas ano passado eu tomei uma decisão: Voltaria a ler e participaria desses desafios de leitura, para me cobrar um pouco mais, porque não era possível algo que sempre amei tornar-se tão distante sem que eu fizesse algo para mudar a situação. Foi então que consegui. Não me forcei a ler só um gênero, li até autoajuda! Quebrei diversas barreiras de preconceito literário, esqueci "fanbases", pedi sugestões aos meus alunos (principalmente uns dois fãs de Stephen King) e me aventurei. Acho que não poderia ter feito coisa melhor...
Ano passado postei praticamente tudo que li no Instagram, mas não fiquei satisfeita. Seria preciso algo mais.

E foi durante a leitura de "Por lugares incríveis", da Jennifer Niven que nasceu a ideia de mostrar o que eu tenho lido e o que acho de tudo isso. Apesar de eu já ter esse hábito no Instagram, não é possível fazer resenhas ditas decentes ali (não para mim) e eu também não tenho uma super familiaridade com vídeos, não tenho equipamentos etc e tal. E talvez, blogs estejam um pouco "ultrapassados", então dificilmente eu serei "vista", lida ou seja lá qual for o termo adequado e se for, não tem problema (mentira, tem muito problema sim).

O nome veio de uma fofa realidade: tenho 4 gatos e mesmo que exista escova, rolinho adesivo, aspirador de pó e tantos outros "artefatos", não dá para vencer os pelos dos bichanos, então tudo fica meio felpudo, incluindo a estante.