quarta-feira, 6 de maio de 2020

Resenha: As bruxas


Título: As bruxas
Autor: Roald Dahl
Tradutor: Jefferson Luiz Camargo
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 2016

Qual criança dos anos 90 não se lembra de Anjelica Huston na pele da bruxona que transformou dois garotinhos em rato? Pois é! E o livro que deu origem ao roteiro deste filme foi "As bruxas".

Falando primeiramente da escrita, maravilhosa, doses certas de humor e seriedade, sem vocabulário rebuscado. 

Tendo assistido ao filme antes, bem antes da leitura, é meio impossível não comparar, mas não são comparações negativas, de nenhuma maneira. 

Se no filme estávamos acostumados com o protagonista ter o nome Luke, no livro não temos um nome e em vez da vovó contar os "causos" de bruxas, é ele que reconta o que ouviu da avó. O que para mim gerou um questionamento, mas deixarei para o final.  

Basicamente o "miolo" da trama é bem parecido com o filme (sei que o livro veio antes, mas como minha única referência era o filme...), salvo algumas pequenas diferenças, uma delas, por exemplo, é a inexistência da da "secretária" da Grã-Bruxa, além de outras "graças", para deixarem o filme mais engraçado.

Num geral o livro é muito bom, flui, tanto que li em um dia, quase. O que talvez decepcione os fãs do filme é o final, um tanto diferente e até triste, sob alguns olhares. Pelas minhas andanças na internet, vi que Dahl não curtiu o que fizeram no final. Sinceramente, achei bem "instigante" de alguma forma, porque nos deixa aquela dúvida do quê houve depois, já que o narrador é o garoto que foi transformado em rato... Eu fiquei e ainda estou: Será que ele era um ratinho tããão esperto assim e escreveu sua trágica memória sozinho? Pediu à avó que escrevesse? Ou em suas andanças pelo mundo, teve o feitiço revertido antes de morrer, podendo levar uma vida normal??? 
Gostei de pensar que Luke era muito esperto, assim não destrói a magia.

Assim, este detalhe se torna algo bem positivo, pois os pequenos e até nós mesmos temos de nos conscientizar de que nem tudo será como esperamos/queremos, ensinando também a resiliência, já que em diversas passagens o protagonista diz estar satisfeito como rato ou o quanto sua nova condição é divertida.

Obrigada!

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