quarta-feira, 13 de maio de 2020

Resenha - The Outsiders, Vidas sem rumo


Título: The Outsiders - Vidas sem rumo
Autora: S. E. Hinton
Tradução: Ana Guadalupe
Editora: Intrínseca
Ano: 2020

Você já pensou em delinquentes? Mas como são os seus? Porque os de Susan E. Hinton são apenas adolescentes que em tenra idade provaram o fel da vida.

Engraçado... Há autores que nem mesmo em mil páginas conseguem dar um mínimo de profundidade a seus personagens e Hinton em pouco mais de duzentas, nos mostra um universo no qual nunca imaginaríamos adentrar.

A história é focada em Ponyboy, Sodapop e Darrel, órfãos, que junto de seus amigos, Steve, Two-Bit, Johnny e Dallas integram a gangue dos Greasers, garotos do lado ruim da cidade, que estão sempre em enfrentamento com os Socs ou Socials, que nós conhecemos como "mauricinhos".

Perto de todas as dificuldades, Ponyboy tinha uma vida normal, com suas leituras e filmes, até ele, Johnny e Dallas trombarem com meninas Socs no cinema... Em horas as vidas de Pony (maneira que ele é carinhosamente chamado pela galera) e Johnny dão um giro completo, quando um acontecimento os obriga a fugir para não serem acusados e detidos sem que sejam totalmente culpados. 

E é aí que a aventura começa. Parece que se passou um tempão, mas toda esta confusão durou somente 5 dias, sendo o último deles mais emocionante, quando Johnny e Pony salvam crianças que estavam no lugar que fora seu esconderijo durante os dias de fuga e estava em chamas. 

Ponny e Dallas se safam, porém Johnny fica em estado crítico.

E desse momento em diante, a única coisa que posso dizer é "Permaneça dourado"! 

E o resto, bem o resto, seria spoiler, acho que até para quem assistiu ao filme de 1983. Este ano fiz uma releitura da obra e acho que me emocionei mais ainda. Para quem viveu anos com o clássico de um jovem narcisista e inconsequente, que nunca levava a culpa, mas tudo estava lá, impresso no retrato, figurando como livro preferido no mundo, mudar de ares foi uma coisa maravilhosa.

Abaixo, segue o poema de Robert Frost, que Pony declama num dos dias em que ficam escondidos:

O primeiro verde da natureza é dourado,
Para ela, o tom mais difícil de fixar.
Sua primeira folha é uma flor,
Mas só durante uma hora.
Depois folha se rende a folha.
Assim o Paraíso afundou na dor,
Assim a aurora se transforma em dia.
Nada que é dourado fica.

Permaneçam dourados! (O que sei lá porquê me lembra o "Stay foolish, stay hungry", de Steve Jobs).

 

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