sexta-feira, 26 de junho de 2020

Resenha - Minha sombria Vanessa


Título: Minha sombria Vanessa
Autora: Kate Elizabeth Russell
Tradução: Fernanda Abreu
Editora: Intrínseca
Ano: 2020

Conheci este livro pela Bel Rodrigues, gosto muito do canal dela. Tem umas análises maravilhosas de várias obras. 

Esta história é um tanto perturbadora, já admito de antemão. Caso a pessoa tenha seus gatilhos ou não esteja bem, talvez seja melhor não ler ou esperar um momento oportuno. Várias avaliações na Amazon e no próprio Skoob tratavam do grau de perturbação que o livro passava. 

Recebemos uma dica do que se tratará pelas citações dos jornais americanos e eu escolhi essa: 

“Um olhar sincero e implacável sobre a maneira como responsabilizamos meninas pelas ações de homens adultos e, pior ainda, sobre como as vítimas são capazes de se culpar.” - THE WASHINGTON POST

Vanessa Wye tem 32 anos e um segredo: Já se relacionou com um professor aos 15, e ele 42. Era o que suas memórias diziam, mas será que foi algo tranquilo mesmo?
A dúvida começa quando Jacob Strane, o professor em questão  está novamente sob investigação , devido à acusação de abuso feita por uma ex-aluna.

É aí que começa a história de Vanessa, contada em primeira pessoa, a narrativa tem capítulos alternados entre passado (2000 a 2007) e presente (2017). Um Strane que dá subsídios para que Vanessa se torne quem ele precisa, para sua trama de abuso físico, psicológico e sexual, sim, mas não fornecerei detalhes. 

Meu maior incômodo durante a leitura, foi, por diversas vezes ver algo ali, "na cara" e a Vanessa em negação, justamente pelo fato do Strane ter plantado na mente dela a máxima do abusador: "A culpa não era só dele, ela também quis, transformando-a (não sei se esta seria a palavra correta) em cúmplice do próprio trauma, o que não é verdade.

Para concluir, gostei muito do livro. Por ter visto que a história era perturbadora eu comecei a intercalar um capítulo de "Minha sombria Vanessa" com um livro de contos, mas não consegui parar de ler, mesmo tendo algumas pausas para digerir o que estava acontecendo e só Vanessa não via. Super indico, mas conforme adverti no início da resenha. 




segunda-feira, 8 de junho de 2020

Resenha - À espera de um milagre



Título:
 À espera de um milagre
Autor: Stephen King
Tradução: M. H. C. Côrtes
Editora: Suma de Letras
Ano: 2010

É com grande alegria que trago Stephen King para o blog. Ainda que em silêncio, as leituras não param por aqui, li quadrinhos, mangás e este livro do SK. Já assisti ao famoso filme com Michael Clarke Duncan e Tom Hanks, que viveram John Coffey (segundo o próprio personagem, se fala igual ao que é colocado no leite, mas escreve diferente) e Paul Edgecombe, respectivamente.

Lembro-me que minha mãe e eu nos emocionamos muito quando assistimos ao filme, numa dessas sessões especiais que havia (não sei se ainda existem) no SBT.

No início já sabemos o tom da história, um já idoso Paul Edgecombe, agora em uma casa de repouso, conta as memórias de quando era chefe dos guardas do Bloco E (corredor verde, que direcionava à Velha Fagulha, a cadeira elétrica), na Penitenciária Estadual de Cold Mountain.

Paul intercala passado e presente em sua narrativa, fala dos detentos do ano de 1932, que foram condenados à cadeira elétrica. E é assim que conhece o gigante John Coffey, acusado por um crime que não cometeu, mas sabemos como os negros são tratados até hoje, então é só estudar um pouco de história.

* PEQUENO SPOILER *

Um título e enredo bem diferentes do que estamos acostumados quando se trata de King, o milagre do qual se fala é John Coffey, que tem uma habilidade muito especial.

* FIM *

Creio que qualquer detalhe a mais que eu trate aqui, será desnecessário e vai tirar a curiosidade de quem achou esta resenha, o livro deve ser lido por quem tiver o interesse, confesso que eu mesma quase abandonei a leitura quando iniciei, porque nem parecia muito a escrita de King, que eu aprendi a gostar, mas eu persisti e não me arrependo, a não ser pela agonia e incômodo que a história causa. 

Em 400 páginas, o autor consegue se aprofundar até mesmo nos personagens que aparecem pouco. Nós os odiamos e/ou amamos com a mesma intensidade.

Aos que como eu, assistiram ao filme antes de ler, acho que a leitura fica densa e tensa porque já conhecemos e amamos John Coffey e devido ao atual momento histórico mundial.