sábado, 27 de novembro de 2021

A vida invisível de Addie Larue, V. E. Schwab

Título: A vida invisível de Addie Larue
Autora: V. E. Schwab
Tradução: Flavia de Lavor
Editora: Record (selo Galera)
Ano: 2021


E se algum dia quem você mais amou na vida te visse e perguntasse "quem é você?", como se sentiria?

Como lidaria com o preço de uma liberdade infindável?

O que pediria ao chamar um deus ou "demônio" muito mais antigo do que se pensa?

Se fosse uma jovem tricentenária (mas não uma vampira), acha que já teria vivido tudo o que há para se viver? 

Independente do que tenha respondido a estas perguntas retóricas (ou não, depende do ponto de vista) se já imaginou alguma dessas situações, o livro de Victoria Schwab é para você e se nunca chegou tão longe em devaneios, mas apenas gosta de uma boa história, é para você também!

Adeline "Addie" Larue, nascida ao fim do século XVII queria ser livre, não queria pertencer a ninguém, porém seus planos são frustrados quando um casamento com um viúvo de sua vila é arranjado, porém pode haver uma saída: fugir!

Em sua fuga, Addie faz um pedido, sem observar direito as palavras e A QUEM eram dirigidas... 

Assim, seu chamado é ouvido, ela faz seu pedido a ninguém menos do que a "Escuridão" (haverá outros nomes) e eles selam um pacto: Addie viverá até se cansar e quando isso acontecer sua alma será dele. Mas as letras miúdas deste contrato são: ela viverá o quanto puder, mas jamais será lembrada por ninguém, não passará de um borrão nas mentes e corações daqueles com quem esteve, não conseguirá falar o próprio nome, sendo lembrada e chamada somente pela escuridão...

Séculos e o acompanhamento de eventos históricos se passam e em 2014, numa livraria onde furta um livro e retorna para trocá-lo (é muita folga! Kkkk), o gentil atendente diz uma frase mágica: 

"Eu me lembro de você."

Aí, uma nova história começa, mas isso fica para quando você decidir ler! xD

Claro que este é o fim da sinopse do livro, mas não posso deixar de relatar reflexões (acho que não tão profundas assim, porque há menos de 3 anos que eu voltei a pensar direito) e uma opinião sincera... 

Houve um tempo em que eu queria sumir... Parecia que todo mundo olhava para mim e resolvia dizer alguma que fazia mais mal do que bem, mas naquela época, acho que não estava preparada para gente sem um pingo de noção, além de outras coisas que só estavam na minha cabeça, então achava que sumir, não existir ou simplesmente passar batida pelas pessoas, me salvaria de ser vista e de algum comentário... 
Mas lendo o livro de Schwab pensei em algo que nunca havia pensado: Sumir das vistas e memórias de gente que não faria um pingo de diferença, ok, mas será que eu aguentaria caso isso se estendesse às pessoas que eu amo? A minha resposta para isso hoje, seria um grande NÃO! 

E eu sinceramente não sei o que sentir sobre isso e sobre não saber se seria possível cada pessoa não se esquecer completamente de nós (bom, eu tenho uma memória de elefante, exceto pelos últimos anos automáticos).

Também pensei sobre que tipo de marca tenho deixado no mundo... Na verdade, no meu microcosmo e como pode ser quando eu me for... Mas acho que isso vai ficar para uma próxima leitura que me faça pensar um pouco mais especificamente sobre.

Num geral, é possível traçar vários paralelos com outras histórias já vistas em algum ponto... Houve gente que citou o mito de Fausto e seu desejo por todo conhecimento existente, houve uma comparação com um relacionamento abusivo... No início eu lembrei daquele filme (que pessoalmente acho muito bom) "A incrível história de Adaline", não sei se a semelhança entre nomes e vidas longas foi intencional por parte da autora, mas enfim... Acho que saberemos somente quando ela falar mais das inspirações que teve para o livro.

Eu, com outras referências, lembrei daquela frase/provérbio, que é mais ou menos assim: "Cuidado com o que pede em suas orações, porque poderá ser atendido". E tem aquela lei da "troca equivalente"... Tudo tem um preço, mas será que estamos dispostos a pagar?

Por fim, indico duas músicas para ouvir: "Thoughtless", do Korn e "Abyss O'Time", do Epica... E claro, espero que você encontre suas próprias referências também.



sexta-feira, 28 de maio de 2021

Enraizados, Naomi Novik


Título: Enraizados
Autora: Naomi Novik
Tradução: Cláudia Mello Belhassof
Editora: Rocco (selo Fantástica)
Ano: 2017

Para que você acha que alguém com a alcunha de "Dragão" coleta jovens camponesas a cada dez anos, levando-as para sua torre??? 

Não, não é para devorá-las.

Na verdade, ao ler este livro ficamos surpresos, pois o "Dragão' é bem mais do que um cara que faz umas magias para proteger o povoado da Floresta (uma "entidade" maligna, que corrompe até o mais puro coração)  e a menina camponesa capturada Agnieska, se viu como bem mais do que uma garota desastrada.

Eu achei que ficaria lendo calmamente a passagem desses anos, a garota estudando magia com o Dragão, podendo haver um romance bizarro ou não (na verdade eu não esperava muito por isso), MAS não foi nada disso que aconteceu!!! O "caldo", na história, desandou de uma forma que eu não conseguia mais parar de ler, porque surgiram muitas coisas na Floresta e era preciso toda magia disponível, incluindo a jovem Agnieska, que havia acabado de descobrir sua "linha" de magia, por assim dizer.

Em muitas partes, eu parei para consultar o Google, pois a história de Novik bebe da mitologia eslava, o que foi muito diferente para mim, mas muito enriquecedor também, visto que temos nomes de alguns lugares da região dos países eslavos, Baba Jaga (ou Yaga), entre outras coisas. 

O livro é bem interessante no que se refere a amadurecimento, porque ao despi-lo da fantasia e referências, trata disso, a jornada de uma jovem que está amadurecendo, aprendendo a se virar sozinha, o que inclui tomar decisões. 

Enraizados também nos faz refletir sobre quando e para quê ficar, se enraizar e quando e para quê andar, não fincar suas raízes e além disso, o que deixamos se enraizar em nós. 

Eu sei que não é um texto nível "Mulherzinhas" ou "O Senhor dos Anéis", mas estamos voltando aos poucos com as resenhas. 


sábado, 24 de abril de 2021

O Senhor dos Anéis, não sei como classificar este texto


Título: "O Senhor dos Anéis" - Volume único
Autor: J. R. R. Tolkien
Tradução: Lenita Maria Rímoli Esteves e Almiro Pisetta
Editora: Martins Fontes
Ano: 2013 (edição eletrônica)

    Finalmente tomei uma decisão literária muito importante: Ler uma das obras que mais tive interesse em determinada época da minha vida, mas nunca havia chegado perto, "O Senhor dos Anéis". Em parte, por causa do meu grande hiato (ou seria melhor colocar abismo?) de leituras e em outra parte, porque eu não tenho muita paciência para "fãs fanáticos" e o universo de Tolkien não está desprovido destes seres nem mesmo passa ileso por eles (talvez mais pessoas passem longe da obra por ter conhecido algum fã chato, sei lá).

    Acredito que seja completamente dispensável falar do que se trata a história, porque ela já é uma grande conhecida nossa, graças às adaptações cinematográficas do início dos anos 2000. Depois falarei delas mais a fundo, ou não, vai depender de como o texto vai fluir.

    Em primeiro lugar, queria dizer como tudo isso começou... 
    Eu fui adolescente nos anos 2000 então todos os clichês fantásticos ou eu assisti ou soube pelo menos do que se tratava... Então assisti a todos os filmes da trilogia em VHS alugados, hahaha. Meu primeiro livro comprado com o salário do supermercado foi "O Hobbit" e aí começou meu grande desejo de ler tudo o que Tolkien havia escrito. Depois dele, veio "O Silmarillion", que eu nunca terminei de ler (e com outros livros, troquei por um retrato da Minerva, que está na minha sala Kkkkkkk). Ainda que para os meus padrões atuais eu tenha demorado demais para terminar de ler "O Hobbit", não sei se pelo meu trabalho que me sugava, por eu não estar acostumada a uma escrita mais acadêmica ou os dois... Comecei a frequentar fóruns para saber mais etc., mas este universo de buscas meio que me assustou, por causa dos fanáticos e depois conheci um ou dois ao longo da minha vida, além de ter me convencido de que Tolkien escrevia "difícil', então larguei mão de vez.

(Ironicamente, meu marido é grande fã da obra de Tolkien e uma das minhas grandes amigas da vida também e sempre ouviram minhas críticas a fãs sem se defenderem e sem amargor, ainda bem). 

    Quando comprei o Kindle e já havíamos feito a troca de livros pelo retrato da nossa gata, achei o volume único da Martins Fontes em e-book por uma pechincha do preço original, então comprei e ele ficou mais um tempo guardado, só me esperando reacender a vontade de lê-lo. E foi aí que aconteceu, segundo ano de pandemia e eu me sentindo cada vez mais ansiosa, resolvi, neste ano, ler os calhamaços que estão parados na minha biblioteca Kindle e escolhi a obra-prima de Tolkien. Confesso que me surpreendi muito...

    Porque obviamente, obra literária e filme são tão diferentes quanto nossos dedos das mãos e um não anula o outro, mas é claro que o livro nos fornece uma experiência como gosto de chamar, sensorial. Com a comitiva do Anel meu coração sorriu, chorou, pesou como um fardo, criou esperanças, tudo isto no mesmo mês.

    Ouso, para meu próprio risco, dizer que mais do que uma opera magna, "O Senhor dos Anéis", para mim, foi um grande tratado de amizade, lealdade, coragem, crescimento e por que não... Sabedoria?! Em muitos pontos, o crescimento e evolução de alguns personagens me fizeram suspirar e torcer, para que tudo mudasse, do mesmo jeito que por agora, posso somente torcer para que nossa (aqui fora dos livros) era de escuridão passe.

    Não sei se por estar mais amadurecida, ter lido "de coração aberto" ou me acostumado com todo tipo de vocabulário, desde que retornei ao mundo da leitura, a linguagem de Tolkien, para mim, foi exatamente o que deveria ser, não só por contexto histórico, mas por suas questões acadêmicas, mas confesso que as descrições de relevo, por algumas vezes me cansavam a vista... Não a ponto de me fazer largar o livro, mas me fazendo parar, recobrar o foco e ir em frente.

    No final, gostei muito mais do que pretendia ou achei que gostaria. Não é à toa que Tolkien é o pai da fantasia moderna (ou seria contemporânea? eu nunca sei calcular direito isso) e eu gosto muito de dois de seus admiradores: Neil Gaiman e Stephen King. E foi lendo o que esses dois escreveram sobre como essa obra os influenciou que comecei a morder minha língua de trapo de todas as formas, abaixar o rabo, e ler o que eu quiser e gostar, para além das fanbases. 

Agora, encerro meu texto com algumas reflexões, preciosssooosss.



Fonte: https://cinemascope.com.br/especiais/senhor-dos-aneis-a-sociedade-do-anel/

“Tudo que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.”  - Gandalf


Fonte: https://cinemascope.com.br/especiais/senhor-dos-aneis-a-sociedade-do-anel/

“Mas no final é só uma coisa passageira, essa sombra. Mesmo a escuridão deve passar.” - Samwise


domingo, 21 de março de 2021

Resenha - Depois



Título: Depois
Autor: Stephen King
Tradução: Regiane Winarski 
Editora: Suma
Ano: 2021

Parecia que o blog estava largado, mas é porque eu não estava com muita inspiração para escrever. Acontece e pode durar muito ou pouco tempo... Acho que eu não sabia como escrever de maneira interessante sobre o que eu estava lendo, então entre fazer algo mal feito, preferi não fazer.

Que Stephen King é um escritor prolífico e versátil, sabemos, mas sempre gostamos de ver, não é mesmo?! E é exatamente o que acontece com "Depois", numa narrativa simples, o autor nos captura (sim, livro do King é isso mesmo, ele nos captura e não solta até terminarmos). 

O livro é um registro da história de Jamie Conklin e sua habilidade de "ver gente morta", mas como ele mesmo diz, não é igual ao filme com o Bruce Willis, Pois os mortos de "Depois" não aparecem por causa de assuntos inacabados, só aparecem e ficam uns dias na terra depois que morrem, sendo cada vez mais difícil escutá-los à medida que sua passagem se aproxima.

Há muitas coisas que Jamie só descobre "depois" (enquanto elas acontecem ou só depois que cresce um pouco mesmo) e sempre se lembra, mas nos conta tudo com uma enorme riqueza de detalhes. 

Vocês devem estar se perguntando se é uma história de terror ou somente uma novela aleatória do King... Eu diria que as duas coisas, é uma novela, com as grandes pitadas de terror que só o mestre pode colocar. E todo o tempo também, Jamie nos avisa: Esta é uma história de terror.

Se me permitem dizer, vocês vão encontrar uma referência à Coisa. Mas vou parar por aqui, acho que para quem não escrevia há uns 6 meses, está até que legal escrever um pouquinho... 


Obrigada e até a próxima!