sábado, 21 de dezembro de 2024

Insomnium no Brasil - 06/12/2024

 

(Arquivo pessoal)

Oi! 


Acho que já ficou perceptível que aqui se fala a respeito de tudo (ou melhor, tudo que eu lembro)... Quando criei este espaço, lembro que expliquei no primeiro texto o porquê do nome escolhido e bem... Não sei nas casas de vocês, mas na minha, alguns álbuns de fotos ficavam na estante e o presente texto, obviamente, terá imagens.

Ano passado, depois de aproximadamente dois meses de testes, descobri que sou uma pessoa neurodivergente e até agora, acho que não me encontrei dentro da minha casca. É algo como "desconhecer", tudo o que sabia sobre mim não era tudo... Entre as várias repassadas nos eventos da minha própria vida, repassei alguns shows que fui, entre eles, um do Blind Guardian em 2012, que eu não aproveitei e falei o porquê lá no post do Blind, que foi publicado depois de um surto de coragem muito tempo depois de escrito.

E devido à experiência com o Blind, de certa forma bem cheio, eu resolvi repetir a dose, com uma banda que conheço há pouco tempo, mas gosto muito da sonoridade. Chama-se Insomnium e é uma banda da Finlândia (país produtor de bandas f0d4s!!!). 

O ingresso foi adquirido meses antes (o show foi dia 06/12, uma sexta-feira), eu não fui para a CCXP, afinal, tem todo ano, mas uma banda legal vir da Finlândia já é mais difícil... Além disso, eu fui sozinha, uma vez que quem poderia ir comigo não curte o estilo Death Metal e eu não julgo, afinal não acompanharia ninguém a certas apresentações.

Confesso que me saí bem melhor do que esperava. Na minha imaginação, eu teria uma crise e daria meia volta, não vendo o show e ficando bem triste, mas eu me venci, aproveitando todos os detalhes, tirando fotos (conforme o possível do lugar em que eu estava), filmei até dois videozinhos para postar no meu tiktok... 

Pensei muto no que relatei sobre o show do Blind, uma vez que todos ali estavam por um mesmo propósito, curtir o som de uma boa banda, então o que importava era a energia e o quanto você ( não você, você, tô falando no geralzão) estava disposto a aproveitar o momento, porque de novo... Nem sempre é possível vir da Finlândia para cá e não vamos a shows todos os dias, afinal, assalariados, né?! 

Por fim, eu me senti muito revigorada, mais do que em outros eventos, ainda que os estímulos sensoriais estejam lado a lado em todos (ok, tive dores no pescoço por ter balançado demais a cabeça Kkkkk), o cansaço da socialização não veio, inclusive, demorei para pegar no sono depois de chegar em casa.

(Arquivo Pessoal)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O Morro dos Ventos Uivantes


Título: O Morro dos Ventos Uivantes 
Autor: Emily Brontë 
Tradução: Adriana Lisboa 
Editora: Zahar
Ano: 2016

Confesso que estou arrebatada. Não é só um simples "romance romântico", mas uma obra-prima e única "medonha"!

É muito fácil (acho, pois não sou escritora) compor personagens e cenários afáveis, que cairão no gosto das pessoas com facilidade e farão com que o leitor continue porque gostou. Difícil é nos fazer detestá-los (principalmente os protagonistas) e ainda assim continuarmos a leitura... E isto, senhoras e senhores, dona Emily Brontë conseguiu e consegue por quase duzentos anos!!!

A história se passa em uma região remota da Inglaterra, inspirada no local onde a própria Emily morou com sua família. 
Os personagens, aparentemente, baseados em como a autora via as pessoas... 

Nomes conhecidos dos leitores, Heathcliff e Catherine são um par maravilhosamente odioso! Não dá para saber quem é moralmente pior! Kkkrying!!! 
Um garoto (Heathcliff), encontrado por um fidalgo e inserido em sua família, mas jamais tratado como um dos seus e isso foi o impulso para toda a trama assustadora desenvolvida por Brontë. 
A paixão arrebatadora de Heathcliff e Catherine é doentia, penso, sob as óticas atuais, que seria legal eles terem fugido e viverem suas vidas, mas é claro, o século XIX era diferente... 

A história dele me lembrou Edmond Dantes, de "O Conde e Monte Cristo". Rechaçado, o protagonista retorna, pronto para fazer seus inimigos pagarem pelo mal que lhe foi inflingido. E como pagam! 
Heathcliff não dá paz a ninguém.

E isso me deu muita raiva, minha nossa!

Mas como foi bem escrito... Admito que nos primeiros capítulos, a "lenga-lenga" me irritou e eu pensei em largar o livro, porém decidi continuar na "força do ódio", porque queria ver o Heathcliff morto ou mal pra caramba! Kkkkk 
(E graças ao que quer que seja, meu desejo foi realizado, ele deu paz a uma galera, amém!)

Como o romance tem quase 200 anos, o final já é conhecido e eu adorei ver Hareton e Cathy (filha) juntos, livres daquele energúmeno. 
Da outra vez que li (uma adaptação para quem está aprendendo inglês) confesso que achei uma linda história de amor, mas acho que alguns detalhes ficaram de fora! Kkkkkkk

Além da história, gostei muito da apresentação e do posfácio desta redução da Zahar, ambos falando da autora. Emily, aparentemente era do tipo que preferia escrever a falar e acho que seríamos grandes amigas, cada qual no seu canto, com seu livro! Kkkkk

E claro, não poderia deixar de vir, assim como veio quando li a biografia de Tolkien, por pura especulação, em dias atuais, com os critérios diagnósticos contemporâneos, Brontë talvez recebesse o diagnóstico de alguma neurodivergência... Acredito até, que, seu romance é um "prensadão" de sentimentos que ela talvez não conseguisse verbalizar... Mas como disse, não passa de um belo achismo meu.

Obrigada! 

domingo, 18 de agosto de 2024

A letra escarlate, de Nathaniel Hawthorne


Título: A letra escarlate
Autor: Nathaniel Hawthorne 
Tradução: Mariana Serpa
Editora: Antofágica
Ano: 2023

Há tempos não posto nada aqui... Já encarei como um hobby ou algo que farei quando um livro ou evento me marcar e acho que está tudo bem. 
Comecei este livro pouco antes de voltar do recesso e terminei hoje, 12/08, umas duas semanas depois deste retorno, em meio a uma experiência (anti)social kkk. Resolvi tentar diminuir meu uso de redes sociais e mais especificamente do Instagram (em algum outro post posso falar disso).

Agora, indo ao que interessa, o livro... 
Faz algum tempo que quero ler melhor e ler o que tenho na estante ou no Kindle. 

Já fazia ideia sobre o que se tratava "A letra escarlate", uma vez que é uma obra do século XIX, então, não há spoilers. 

Confesso que me surpreendi com a escrita de Hawthorne, achei um livro bem escrito, sobre como mulheres foram e são julgadas por suas ações, somente por serem mulheres. 
A história tem como protagonista Hester Prynne, uma moradora de uma aldeia puritana localizada em Boston, Massachusetts, nos Estados Unidos. 
O que ela fez? Bem, adultério e tendo um fruto deste "crime", sua pequena Pearl.

O romance começa nos descrevendo onde se passa a história e foi esta descrição que me fisgou. Ainda que num turbilhão, o autor descreveu de uma maneira bem bonita, chamando atenção para uma roseira selvagem. 

Após isso, somos apresentados à nossa protagonista e os coadjuvantes, o pastor Arthur Dimmersdale e o enigmático doutor Roger Chillingworth, que logo saberemos se tratar de Roger Prynne, marido de Hester. 
A apresentação se dá sobre um cadafalso na praça da cidade, em que a bela Hester é condenada a carregar um bordado com a letra "A", de adúltera sobre o peito, para que todos saibam de sua transgressão.

Conforme o esperado, Hester é isolada da sociedade, mas a surpresa é que apesar disso, ela, enquanto costureira, é um membro necessário até aos figurões que a condenaram. 

A história "roda" desta forma, Hester fazendo seu trabalho, o crescimento de Pearl e a convivência com outros personagens. 

Dizem que Hester é bem diferente de outras adúlteras da literatura, como Emma Bovary e Anna Kariênina. Não sei dizer como, porque ainda não li os outros romances... 

O que me pegou mesmo foi o reforço de como uma ideia incutida em alguém é capaz de causar tanta dor... E de que às vezes a própria consciência nos penitencia, sem a necessidade de que outros façam isso, embora ainda que de maneira velada terceiros punam Hester.

Assim como em outros livros (que não são do Stephen King) eu meio que "saquei" quem era o pai de Pearl e fiquei muito doida da vida por ele nem em seu último momento ter assumido claramente sua parte no "crime", mantendo sua face de "bom moço" até o fim. 
(O que sempre acontece, a mulher segura as pontas dela e da criança...)

Com esta última colocação digo que ainda hoje, quase 200 anos depois, a obra de Hawthorne continua atual... 

P.S.: Acho que perdi a mão para resenhar, mas espero voltar a melhorar conforme o meu retorno.


domingo, 14 de janeiro de 2024

Blind Guardian - 25/11/2023



Arquivo pessoal

    Parece frescura, mas é bem importante... No quesito "barulho" e toque, ao me descobrir no espectro autista, lembrei de todos os shows (e nem foram tantos assim) que eu não aproveitei (incluindo o show do Blind, de 2012) ou não fui, porque a sobrecarga sensorial seria grande e devastadora para a minha vibe. Bastava alguém passar por mim e esbarrar, que uma carga de raiva se libertava... As pessoas... Por que tantos cheiros diferentes (Bafo e sovacos inclusos, CLARO)? E eu não me deixava levar pela onda musical... Ainda dispenso pessoas (a maioria delas), mas por que não me unir a elas num momento especial para nós (para mim, é muito especial sim, porque não é todo dia que eu tenho dinheiro para ir a um show de banda grande... Quando mais de uma vier, terei de fazer o famoso "escolha suas batalhas, Ágatha")?

    Estava com muito medo de comprar o ingresso, porque eu poderia desistir de ir, eu não sabia se pelo menos uma das "minhas pessoas" estaria comigo e poderia chegar lá e me irritar com outras pessoas encostando em mim, o barulho delas à minha volta e tantos outros poréns.

    A sobrecarga, eu poderia resolver... Uma vez que há protetores auriculares específicos para concertos, por exemplo, mas o toque, eu não sabia e acho que nunca saberei, porque tem sido uma questão de momento e pessoa que me afaga.

    Bem, eu dormi mal do dia 24 para o dia 25 (data do show), tão ansiosa (kkkrying)! Usei de todos os artifícios que a diminuíssem, meu corpo doía, como reação a uma semana tensa no trabalho... Mas chegando lá, o que foi minha grande surpresa, apesar de ter ficado perto de uma pilastra que atrapalhava minha visão (kkkk), ninguém veio batendo em mim tipo um chapéu mexicano, talvez, por ser sábado, as pessoas haviam tomado banho (😆) e eu estava usando meus protetores, que, inclusive, deixaram o som bem mais limpo... 

    Cantei junto, as mãos arderam de acompanhar as músicas com palmas, *PULEI* (exato) e a maior surpresa, nas conhecidas baladas da banda,  eu tirei meus protetores, para me juntar ao coro. Eu estava muito feliz e agora, passado o momento, estou muito feliz e em choque comigo kkkk

    Como disse, pode não parecer nada, mas para mim, foi um grande avanço e uma grande superação?! 
    Agradeço a "todos" (os dois) envolvidos e claro, à banda Blind Guardian, por ter feito com que eu resolvesse me desafiar e mesmo criando um "roteiro", para o dia do show, saísse da minha zona de conforto e obtivesse sucesso ao cumprir o "desafio".
Claro... Agradeço também por terem colocado no setlist músicas relacionadas aos meus livros de fantasia favoritos (além de "O senhor dos anéis", porque é impossível separá-los desta obra), mas "Duna", "Deuses Americanos" e "The Witcher". 
xoxo.


quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

J. R. R. Tolkien: Uma biografia


Título: J. R. R. Tolkien: Uma Biografia 
Autor: Humphrey Carpenter 
Tradutor: Ronald Kyrmse
Editora: HarperCollins 
Ano: 2018

Depois de uma era cinzenta, que do mesmo modo que o meu querido Gandalf, evoluiu... Eu voltei e com O Professor, Tolkien! 😌✨

Sinceramente, eu nunca havia lido uma biografia (a página da pessoa em sites como Wikipedia conta? 😅) e mais sinceramente ainda, apesar de "fuçar" internet afora, eu nunca me interessei por um *LIVRO* sobre a vida de alguém! 

Neste ano resolvi fazer leituras com mais sentido para mim e havia um tempo que eu queria me enveredar por algumas trilhas fora da minha zona de conforto. 

Foi o caso do gênero biografia… Por que não começar com quem arrebatou meu coração em 2021? 

Claro que houve busca por opiniões e achei duas interessantes: Uma, num bookstagram que sigo há pouco tempo, dizendo que Carpenter, o autor desta, é bem honesto, nos mostrando um Tolkien como “pessoa comum”, com suas qualidades e defeitos. Na segunda, num blog (acho), o leitor falava sobre Carpenter elogiar demais Tolkien. Era hora de saber qual opinião eu formaria.


Tá, mas e o quê eu achei? 

Uma vida prematuramente regada a perdas. Se formos ver sob a ótica de hoje e talvez naquela época ela (esta ótica) já existisse, Tolkien teve absolutamente tudo para "dar errado", o que quer que isso signifique para cada um de nós. Ficou órfão cedo, sob os cuidados de um padre amigo, além de visitar os parentes…

Participou da Primeira Grande Guerra, foi professor em Oxford, sua alma mater, pai, marido... Se formos ver, uma vida bem comum.

As "cerejas" deste bolo estão em alguns detalhes, como seu interesse pelas palavras desde tenra idade, o fato de sempre ter sido tão criativo/imaginativo e nunca ter parado de criar. 

Saber de seus processos criativos foi engrandecedor, já que, na era do imediatismo, pesquisar profunda e detalhadamente, reler e mesmo refazer algo, tornou-se inconcebível e até um sinal de insegurança e “fraqueza”. Se o gênio da fantasia como o conhecemos hoje, fazia isso, por que não nós?

Carpenter mostrou que mesmo com todo o conhecimento que O Professor tinha (e sabia disso), era humilde. É de bom tom termos isso também, não no sentido de depreciar nossos grandes e pequenos feitos, mas de sempre visar aprimorá-los… 


Há também os pontos não tão fortes assim, mas como eu mesma anotei nos registros que gosto de fazer (no Kindle), todo este compilado de fatos mostra-nos como Tolkien era humano como eu ou você. 

Arrisco ainda especular que nos dias atuais ele provavelmente teria recebido um diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, porque pense em alguém “desorganizado”?! 

Claro que mesa e escritório bagunçados não dizem nada sobre a genialidade de ninguém, mas foi muito acolhedor e revelador saber disso.

Por fim, O Professor (como passei a chamá-lo por minha conta, até porque, tem gente que chama técnico de futebol assim e às vezes o cara nunca entrou numa sala de aula) era extremamente perfeccionista e isso criou diversos entraves, fosse na velocidade para publicar seus livros ou para realizar trabalhos acadêmicos... Ele também, refletindo seu próprio tempo, deixou a desejar em certos pontos enquanto pessoa, registrando certos  preconceitos e visões de mundo que nós, hoje, achamos descabidos. Ora, não é só porque era simpático e alegre que era perfeito, como desejava que seus escritos fossem.

Terminei o livro ontem/anteontem (depende de quando postar), 09/01/2024,  gostando muito mais de Tolkien após minhas próprias leituras. É como conhecer pessoas (vivas, no caso kkk), claro que até podemos considerar pontos levantados por outros, mas no final, precisamos tirar nossas próprias conclusões e extraindo o que nos cabe.