domingo, 14 de janeiro de 2024

Blind Guardian - 25/11/2023



Arquivo pessoal

    Parece frescura, mas é bem importante... No quesito "barulho" e toque, ao me descobrir no espectro autista, lembrei de todos os shows (e nem foram tantos assim) que eu não aproveitei (incluindo o show do Blind, de 2012) ou não fui, porque a sobrecarga sensorial seria grande e devastadora para a minha vibe. Bastava alguém passar por mim e esbarrar, que uma carga de raiva se libertava... As pessoas... Por que tantos cheiros diferentes (Bafo e sovacos inclusos, CLARO)? E eu não me deixava levar pela onda musical... Ainda dispenso pessoas (a maioria delas), mas por que não me unir a elas num momento especial para nós (para mim, é muito especial sim, porque não é todo dia que eu tenho dinheiro para ir a um show de banda grande... Quando mais de uma vier, terei de fazer o famoso "escolha suas batalhas, Ágatha")?

    Estava com muito medo de comprar o ingresso, porque eu poderia desistir de ir, eu não sabia se pelo menos uma das "minhas pessoas" estaria comigo e poderia chegar lá e me irritar com outras pessoas encostando em mim, o barulho delas à minha volta e tantos outros poréns.

    A sobrecarga, eu poderia resolver... Uma vez que há protetores auriculares específicos para concertos, por exemplo, mas o toque, eu não sabia e acho que nunca saberei, porque tem sido uma questão de momento e pessoa que me afaga.

    Bem, eu dormi mal do dia 24 para o dia 25 (data do show), tão ansiosa (kkkrying)! Usei de todos os artifícios que a diminuíssem, meu corpo doía, como reação a uma semana tensa no trabalho... Mas chegando lá, o que foi minha grande surpresa, apesar de ter ficado perto de uma pilastra que atrapalhava minha visão (kkkk), ninguém veio batendo em mim tipo um chapéu mexicano, talvez, por ser sábado, as pessoas haviam tomado banho (😆) e eu estava usando meus protetores, que, inclusive, deixaram o som bem mais limpo... 

    Cantei junto, as mãos arderam de acompanhar as músicas com palmas, *PULEI* (exato) e a maior surpresa, nas conhecidas baladas da banda,  eu tirei meus protetores, para me juntar ao coro. Eu estava muito feliz e agora, passado o momento, estou muito feliz e em choque comigo kkkk

    Como disse, pode não parecer nada, mas para mim, foi um grande avanço e uma grande superação?! 
    Agradeço a "todos" (os dois) envolvidos e claro, à banda Blind Guardian, por ter feito com que eu resolvesse me desafiar e mesmo criando um "roteiro", para o dia do show, saísse da minha zona de conforto e obtivesse sucesso ao cumprir o "desafio".
Claro... Agradeço também por terem colocado no setlist músicas relacionadas aos meus livros de fantasia favoritos (além de "O senhor dos anéis", porque é impossível separá-los desta obra), mas "Duna", "Deuses Americanos" e "The Witcher". 
xoxo.


quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

J. R. R. Tolkien: Uma biografia


Título: J. R. R. Tolkien: Uma Biografia 
Autor: Humphrey Carpenter 
Tradutor: Ronald Kyrmse
Editora: HarperCollins 
Ano: 2018

Depois de uma era cinzenta, que do mesmo modo que o meu querido Gandalf, evoluiu... Eu voltei e com O Professor, Tolkien! 😌✨

Sinceramente, eu nunca havia lido uma biografia (a página da pessoa em sites como Wikipedia conta? 😅) e mais sinceramente ainda, apesar de "fuçar" internet afora, eu nunca me interessei por um *LIVRO* sobre a vida de alguém! 

Neste ano resolvi fazer leituras com mais sentido para mim e havia um tempo que eu queria me enveredar por algumas trilhas fora da minha zona de conforto. 

Foi o caso do gênero biografia… Por que não começar com quem arrebatou meu coração em 2021? 

Claro que houve busca por opiniões e achei duas interessantes: Uma, num bookstagram que sigo há pouco tempo, dizendo que Carpenter, o autor desta, é bem honesto, nos mostrando um Tolkien como “pessoa comum”, com suas qualidades e defeitos. Na segunda, num blog (acho), o leitor falava sobre Carpenter elogiar demais Tolkien. Era hora de saber qual opinião eu formaria.


Tá, mas e o quê eu achei? 

Uma vida prematuramente regada a perdas. Se formos ver sob a ótica de hoje e talvez naquela época ela (esta ótica) já existisse, Tolkien teve absolutamente tudo para "dar errado", o que quer que isso signifique para cada um de nós. Ficou órfão cedo, sob os cuidados de um padre amigo, além de visitar os parentes…

Participou da Primeira Grande Guerra, foi professor em Oxford, sua alma mater, pai, marido... Se formos ver, uma vida bem comum.

As "cerejas" deste bolo estão em alguns detalhes, como seu interesse pelas palavras desde tenra idade, o fato de sempre ter sido tão criativo/imaginativo e nunca ter parado de criar. 

Saber de seus processos criativos foi engrandecedor, já que, na era do imediatismo, pesquisar profunda e detalhadamente, reler e mesmo refazer algo, tornou-se inconcebível e até um sinal de insegurança e “fraqueza”. Se o gênio da fantasia como o conhecemos hoje, fazia isso, por que não nós?

Carpenter mostrou que mesmo com todo o conhecimento que O Professor tinha (e sabia disso), era humilde. É de bom tom termos isso também, não no sentido de depreciar nossos grandes e pequenos feitos, mas de sempre visar aprimorá-los… 


Há também os pontos não tão fortes assim, mas como eu mesma anotei nos registros que gosto de fazer (no Kindle), todo este compilado de fatos mostra-nos como Tolkien era humano como eu ou você. 

Arrisco ainda especular que nos dias atuais ele provavelmente teria recebido um diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, porque pense em alguém “desorganizado”?! 

Claro que mesa e escritório bagunçados não dizem nada sobre a genialidade de ninguém, mas foi muito acolhedor e revelador saber disso.

Por fim, O Professor (como passei a chamá-lo por minha conta, até porque, tem gente que chama técnico de futebol assim e às vezes o cara nunca entrou numa sala de aula) era extremamente perfeccionista e isso criou diversos entraves, fosse na velocidade para publicar seus livros ou para realizar trabalhos acadêmicos... Ele também, refletindo seu próprio tempo, deixou a desejar em certos pontos enquanto pessoa, registrando certos  preconceitos e visões de mundo que nós, hoje, achamos descabidos. Ora, não é só porque era simpático e alegre que era perfeito, como desejava que seus escritos fossem.

Terminei o livro ontem/anteontem (depende de quando postar), 09/01/2024,  gostando muito mais de Tolkien após minhas próprias leituras. É como conhecer pessoas (vivas, no caso kkk), claro que até podemos considerar pontos levantados por outros, mas no final, precisamos tirar nossas próprias conclusões e extraindo o que nos cabe.