domingo, 18 de agosto de 2024

A letra escarlate, de Nathaniel Hawthorne


Título: A letra escarlate
Autor: Nathaniel Hawthorne 
Tradução: Mariana Serpa
Editora: Antofágica
Ano: 2023

Há tempos não posto nada aqui... Já encarei como um hobby ou algo que farei quando um livro ou evento me marcar e acho que está tudo bem. 
Comecei este livro pouco antes de voltar do recesso e terminei hoje, 12/08, umas duas semanas depois deste retorno, em meio a uma experiência (anti)social kkk. Resolvi tentar diminuir meu uso de redes sociais e mais especificamente do Instagram (em algum outro post posso falar disso).

Agora, indo ao que interessa, o livro... 
Faz algum tempo que quero ler melhor e ler o que tenho na estante ou no Kindle. 

Já fazia ideia sobre o que se tratava "A letra escarlate", uma vez que é uma obra do século XIX, então, não há spoilers. 

Confesso que me surpreendi com a escrita de Hawthorne, achei um livro bem escrito, sobre como mulheres foram e são julgadas por suas ações, somente por serem mulheres. 
A história tem como protagonista Hester Prynne, uma moradora de uma aldeia puritana localizada em Boston, Massachusetts, nos Estados Unidos. 
O que ela fez? Bem, adultério e tendo um fruto deste "crime", sua pequena Pearl.

O romance começa nos descrevendo onde se passa a história e foi esta descrição que me fisgou. Ainda que num turbilhão, o autor descreveu de uma maneira bem bonita, chamando atenção para uma roseira selvagem. 

Após isso, somos apresentados à nossa protagonista e os coadjuvantes, o pastor Arthur Dimmersdale e o enigmático doutor Roger Chillingworth, que logo saberemos se tratar de Roger Prynne, marido de Hester. 
A apresentação se dá sobre um cadafalso na praça da cidade, em que a bela Hester é condenada a carregar um bordado com a letra "A", de adúltera sobre o peito, para que todos saibam de sua transgressão.

Conforme o esperado, Hester é isolada da sociedade, mas a surpresa é que apesar disso, ela, enquanto costureira, é um membro necessário até aos figurões que a condenaram. 

A história "roda" desta forma, Hester fazendo seu trabalho, o crescimento de Pearl e a convivência com outros personagens. 

Dizem que Hester é bem diferente de outras adúlteras da literatura, como Emma Bovary e Anna Kariênina. Não sei dizer como, porque ainda não li os outros romances... 

O que me pegou mesmo foi o reforço de como uma ideia incutida em alguém é capaz de causar tanta dor... E de que às vezes a própria consciência nos penitencia, sem a necessidade de que outros façam isso, embora ainda que de maneira velada terceiros punam Hester.

Assim como em outros livros (que não são do Stephen King) eu meio que "saquei" quem era o pai de Pearl e fiquei muito doida da vida por ele nem em seu último momento ter assumido claramente sua parte no "crime", mantendo sua face de "bom moço" até o fim. 
(O que sempre acontece, a mulher segura as pontas dela e da criança...)

Com esta última colocação digo que ainda hoje, quase 200 anos depois, a obra de Hawthorne continua atual... 

P.S.: Acho que perdi a mão para resenhar, mas espero voltar a melhorar conforme o meu retorno.


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