segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O Morro dos Ventos Uivantes


Título: O Morro dos Ventos Uivantes 
Autor: Emily Brontë 
Tradução: Adriana Lisboa 
Editora: Zahar
Ano: 2016

Confesso que estou arrebatada. Não é só um simples "romance romântico", mas uma obra-prima e única "medonha"!

É muito fácil (acho, pois não sou escritora) compor personagens e cenários afáveis, que cairão no gosto das pessoas com facilidade e farão com que o leitor continue porque gostou. Difícil é nos fazer detestá-los (principalmente os protagonistas) e ainda assim continuarmos a leitura... E isto, senhoras e senhores, dona Emily Brontë conseguiu e consegue por quase duzentos anos!!!

A história se passa em uma região remota da Inglaterra, inspirada no local onde a própria Emily morou com sua família. 
Os personagens, aparentemente, baseados em como a autora via as pessoas... 

Nomes conhecidos dos leitores, Heathcliff e Catherine são um par maravilhosamente odioso! Não dá para saber quem é moralmente pior! Kkkrying!!! 
Um garoto (Heathcliff), encontrado por um fidalgo e inserido em sua família, mas jamais tratado como um dos seus e isso foi o impulso para toda a trama assustadora desenvolvida por Brontë. 
A paixão arrebatadora de Heathcliff e Catherine é doentia, penso, sob as óticas atuais, que seria legal eles terem fugido e viverem suas vidas, mas é claro, o século XIX era diferente... 

A história dele me lembrou Edmond Dantes, de "O Conde e Monte Cristo". Rechaçado, o protagonista retorna, pronto para fazer seus inimigos pagarem pelo mal que lhe foi inflingido. E como pagam! 
Heathcliff não dá paz a ninguém.

E isso me deu muita raiva, minha nossa!

Mas como foi bem escrito... Admito que nos primeiros capítulos, a "lenga-lenga" me irritou e eu pensei em largar o livro, porém decidi continuar na "força do ódio", porque queria ver o Heathcliff morto ou mal pra caramba! Kkkkk 
(E graças ao que quer que seja, meu desejo foi realizado, ele deu paz a uma galera, amém!)

Como o romance tem quase 200 anos, o final já é conhecido e eu adorei ver Hareton e Cathy (filha) juntos, livres daquele energúmeno. 
Da outra vez que li (uma adaptação para quem está aprendendo inglês) confesso que achei uma linda história de amor, mas acho que alguns detalhes ficaram de fora! Kkkkkkk

Além da história, gostei muito da apresentação e do posfácio desta redução da Zahar, ambos falando da autora. Emily, aparentemente era do tipo que preferia escrever a falar e acho que seríamos grandes amigas, cada qual no seu canto, com seu livro! Kkkkk

E claro, não poderia deixar de vir, assim como veio quando li a biografia de Tolkien, por pura especulação, em dias atuais, com os critérios diagnósticos contemporâneos, Brontë talvez recebesse o diagnóstico de alguma neurodivergência... Acredito até, que, seu romance é um "prensadão" de sentimentos que ela talvez não conseguisse verbalizar... Mas como disse, não passa de um belo achismo meu.

Obrigada! 

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